quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Financiamento e Burocracia

É recorrente em processos eletivos para a diretoria do CAASO uma chapa ter suas capacidades de gestão contestadas. Entretanto, é necessário desmitificar tal prática tanto pelo fato de uma boa administração ser premissa de qualquer gestão quanto pelo fato da boa gerência  não ser um fim em si, mas um meio para uma chapa poder expressar suas linhas políticas como um todo.

No que tange o CAASO, as suas particularidades e dificuldades dizem respeito ao seu gigantismo passado e presente, pois além das tarefas básicas de todo centro acadêmico que são promover entre os estudantes que representa a convivência por meio de festas, salão de jogos, promoção de grupos culturais entre outros e discussões políticas tanto sobre a universidade quanto sobre demais assuntos de interesse da sociedade, o CAASO também é responsável por manter uma biblioteca, o colégio e cuidar de seus arrendamentos.

Dentro dessa perspectiva, um grande questionamento é como o centro acadêmico financia toda a sua estrutura. De fato, é importante se perguntar qual é a origem do financiamento da CAASO, quais são os principais custos da manutenção do espaço, e como essa manutenção está organicamente ligada aos estudantes do campus.

Do ponto de vista financeiro, o maior problema é a dívida trabalhista e previdenciária que ultrapassa os dois milhões de reais, pelo colégio ter se considerado desde o princípio entidade de utilidade pública, sem se preocupar em verificar a regularidade de tal situação. A parte previdenciária é impagável, porém com certa freqüência vêm à tona dívidas trabalhistas, da ordem das dezenas de milhares de reais, estas tendo que ser pagas compulsoriamente. Outros gastos regulares da diretoria do CAASO são o pagamento de salários a funcionários, advogados, contador, além de gastos devidos à realização de atividades diversas e o zelo pelo equilíbrio das contas do Colégio.

Por outro lado, o financiamento da entidade idealmente se daria por contribuição voluntária dos alunos por ele representados e ex-alunos. Nesse sentido existem as carteirinhas, segunda fonte de renda atrás dos arrendamentos, e sempre existe a possibilidade de se passar o livro ouro. Por sua vez, os arrendamentos gerados em troca da prestação de serviços garantem entradas aproximadamente constantes ao longo do ano para o CAASO. Finalmente, festas, patrocínios e realização de outras atividades como, por exemplo, fretamento de ônibus para a Virada Cultural, proporcionam entradas mais esporádicas, porém necessárias ao Centro Acadêmico. O objetivo maior seria alcançar o autofinanciamento da entidade. Contudo, é necessário atentar aos diversos ataques potenciais à sua soberania, como a ameaça da proibição de venda de bebidas alcoólicas e de festas dentro do campus, além do confiscamento dos arrendamentos por implicância do TCE.

Finalmente, cabe destacar que, por ser responsável pelo espaço, a diretoria do CAASO precisa ter controle sobre as movimentações financeiras. Por isso é necessário dar amplo apoio ao Conselho Fiscal, para fiscalizar as atividades promovidas pelos grupos e secretarias acadêmicas e também da própria diretoria do Centro Acadêmico.

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